sábado, 9 de maio de 2015

Mestre Kuthumi - Qual é o tamanho do seu pote?



 Áudio

Qual é o tamanho do seu pote?

Nos tempos antigos, quando um homem se candidatava a condição de monge, ele o fazia impulsionado por uma necessidade. Ou, simplesmente porque nada mais lhe cabia.

E, assim que chegava ao Monastério, ele era despido de toda a sua roupa, do seu cabelo, dos seus objetos pessoais e recebia uma roupa igual a de todos os outros, e um pote. Esse pote, para alguns se tornava absolutamente sagrado – o seu objeto mais importante.

Era aquele pote que o acompanhava de manhã – quando ele iria tomar a sua água, lavar o seu rosto. Era aquele pote que ele ia receber o seu desjejum. Era aquele pote que seria oferecido o seu almoço, o seu jantar. E muitas vezes, carregaria a água do seu banho. Imagine que todas as necessidades daquela pessoa se resumiria a um pote.

E aí, grandes mistérios aconteciam. Porque as pessoas que tinham deixado para trás; a sua roupa, as suas histórias familiares, os seus dramas, os seus sentimentos, os seus sofrimentos... Passavam a carregar tudo isso no seu pote.

Muitos eram convidados a manter o silêncio. Outros faziam votos de pobreza, de abstinência e de todo o tipo de exercício espiritual. Alguns se castigavam, outros mentiam que já estavam santos, que tinham superado os desafios da matéria.


Outros ainda, achavam que realmente tinham superado os desafios. Que entendiam tudo – que amavam o outro, que compreendiam a realidade da vida. É muito triste, observar os professores assim, tão jovens.

E eu, me tornei um professor jovem. Achei que sabia tudo, achei que podia aconselhar o outro... Achei que podia olhar o outro e achar que a minha verdade era mais iluminada e esclarecida.

Na minha inconsciência, isso acontecia porque era a minha verdade. E aí mesmo, quando os meus professores e colegas discordavam de mim, e vinham tentar me ensinar a dizer que havia uma outra verdade... Havia uma outra luz... Havia uma outra palavra, um outro jeito de ver . Eu não aceitava nada disso.

Porque eu queria que a minha verdade prevalecesse sobre todas as outras.

E vocês? São professores jovens?
Carregam os seus potes e suas verdades, como se fossem grandes tesouros?
Já conseguem abrir os ouvidos e o coração, para entender o outro?

Eu vim de uma família rica. Meus pais tinham dinheiro, condições... Falsos amigos e grandes enganos. Eram ricos de tudo. Ricos do bem – das condições favoráveis; e Ricos do mal – porque eram cercados de desafios que não conseguiam vencer.

O mal não eram as pessoas, isso eu sempre soube. Ainda que meus pais tivessem falsos amigos, as pessoas não eram exatamente más, elas desejavam aquilo que os meus pais tinham.

E aí, vinham atitudes cheias de ganância, de inveja e de desejo que eu não gostava de ver. Eu não entendia o que eram aqueles pensamentos, eu não entendia o que eram aqueles sentimentos, – porque eu era muito jovem – mas, eu entendia que eu não gostava.

E aí, eu imaginei que um dia, colocado num convento... Um dia iniciado o meu caminho como monge... Eu estaria livre de tudo isso. E aí, percebi que não era assim.


Percebi que as pessoas poderiam ser muito pobres, percebi que as pessoas não precisavam de bens, para serem apegadas as coisas que têm.

Um pobre, monge, pode ser apegado ao seu manto e ao seu pote. Como se o manto fosse a mais bela veste, como se o pote fosse de ouro.

E isso foi me desencantando, do monastério, das pessoas, dos amigos que ali fiz. E dos inimigos que também conquistei – porque sem saber, conquistei antipatia de vários. E isso mobilizou que eu saísse desse monastério.

E assim fiz. Porque além de tudo, eu era inconsequente. Jovem, não sabia o que o mundo podia me oferecer, nem aquilo que eu poderia esperar das pessoas. E foi assim que eu cheguei de volta à casa de meus pais.

E ali eu recebi muitas festas, tive namoradas, tive grandes encontros... E aquele mundo – de dinheiro e possibilidades – voltou para mim. Só que eu não entendia mais, eu não fazia mais parte desse mundo.

E, em pouco tempo descobri que eu não pertencia, nem ao convento, nem ao monastério e nem àquele mundo de negócios e de pensamentos que meu pai carregava.

E durante um tempo fiquei muito, muito perdido, porque eu não era um monge. E eu não era um homem rico – um rapaz rico.

O meu cabelo cresceu, a minha barba cresceu... Eu usava roupas normais, que todos usavam. Eu não tinha mais uma identificação, mas, guardei comigo o meu pote. Porque eu sentia que; quem sabe um dia eu precisasse dele de novo.

E aí, eu não brigava mais com o meu pai, eu aceitava mais – eu consegui já enxergá-lo. Mas eu entendi que ali eu não poderia ficar, nem deveria forçar essa convivência. Então eu saí, para uma grande viagem.

E aí, eu descobri que era muito mais leve viajar com poucas malas, com poucas roupas. Mas ainda sim, carregando coisas que eu julgava necessárias.


E fui vendo pessoas, conhecendo lugares... E o Mundo me encantou e desencantou. Até que cheguei a um lugar de estudos, e ali eu tive a minha descoberta, mental e intelectual. Descobri que eu podia fazer viagens: nas leituras, nas conversas, no intelecto.

E ali eu resolvi ser aluno e muito pra frente, comecei a ser um professor. Percebi e hoje compartilho com vocês...

Que a vida é uma evolução. Cada momento pode ser certo e perfeito para você. Mas, os momentos se vencem – como as horas de um relógio. O Tempo passa, as pessoas aprendem, as pessoas evoluem. E aquilo que hoje, é perfeito para você, pode ser que amanhã não seja. E aquilo que hoje lhe cabe, lhe preenche, pode ser que amanhã não faça mais sentido na sua vida. Então caminhe, permita que essa evolução aconteça.

Foi esse o sentido maior, que eu tive, do desapego.

E quando eu me tornei um velho, eu voltei àquele Mosteiro da minha juventude. Porque ali, eu queria passar os últimos anos da minha existência.

Mas não fui como um professor, eu podia ser – eu sabia de muitas coisas, eu aprendi muitas coisas, e eu ensinei muitas coisas. Mas, no momento da minha jornada – quando eu estava mais velho – o meu desejo foi me acalmar.

Foi olhar aqueles que estavam vivendo a vida – aqueles que estavam começando, aqueles que estavam continuando. Porque eu descobri, na minha idade mais madura, que não há nada mais sábio do que observar – observar as pessoas, os hábitos, as palavras, nos observar – com respeito e com amor.

E aí, me vi na minha cela¹*, com aquele pote – compreendendo, que se precisa de muito pouco para viver.

E muitas vezes, olhando pra tudo o que eu tinha... Que naquele momento era pouco, de verdade. Porque eu fui abdicando dos bens materiais – eu não precisava de muitas coisas, como eu disse, nasci numa família de posses. Mas aprendi que a riqueza maior, eu levei dentro de mim, do meu coração, e de tudo aquilo que aprendi com a vida.


E aí, eu me simplifiquei. Eu olhei para o Céu, para aquela natureza que cercava o Convento, e eu pensei: Como eu sou rico. Como eu sou poderoso. Como Deus é generoso comigo, me dando olhos para ver tudo isso... Como Deus é generoso comigo, permitindo que ainda velho, eu não seja surdo. Então posso ouvir os pássaros, posso ouvir as crianças brincando, e os cantos dos meus irmãos monges.

E pensei: Deus me fez um homem tão rico, porque ainda que me faltem alguns dentes, eu tenho um bom paladar e uma boa saúde. E posso comer coisas que me oferecem e que alimentam o meu corpo.

Gratidão. Meus amados... Gratidão.

Quero que vocês vejam espiritualmente.  Soltando os olhos, soltando a imaginação, como era a minha cela¹*. Um lugar simples, muito simples.

Olhem o meu pote... E repensem, nas suas vidas, o que vocês precisam para estar em paz. Para serem pessoas felizes, de verdade.

A Chama Amarela, a qual Eu sirvo, é a Chama da prosperidade, da alegria e do desapego. A consciência iluminada, ela lhe traz esse poder, essa sabedoria – de olhar a si mesmo, de olhar a sua vida.

E nesse momento recebam a energia da Lua Cheia, a energia de Curas e Libertações de Wesak.


Desejo a vocês e ofereço a vocês:

Uma profunda Luz; Liberdade financeira; Alegrias; Realizações; Paz; Harmonia nos relacionamentos; Amizades que façam você crescer; Pessoas que venham para somar, contribuir na sua vida; E emane do seu coração, toda a sua disponibilidade de viver mais leve, de forma mais fácil e mais fluída.

A abundância é esta vibração.

Estamos trabalhando na energia de cada um de vocês, para expandir essa força e essa luz.

Eu Sou Mestre Kuthumi. Tive muitas vidas no Oriente. Muitas vidas como professor, muitas vidas como médico. Trabalhei, sempre pelo bem.

Mas, posso dizer a vocês, que a maior conquista está no Homem com ele mesmo. Não há inimigo maior do que você com você mesmo. E não há amigo mais carinhoso e mais poderoso do que você consigo mesmo.

Recebam as nossas bênçãos e a nossa luz. Amamos vocês.

Tenham paz.

Cela¹* Cômodo ou acomodação de um monástico dentro de um convento.

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Fonte: mariasilviaorlovas.com.br

*O texto de transcrição do áudio foi levemente editado para uma melhor leitura.


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